segunda-feira, outubro 30, 2006

CONTEÚDOS: PRA QUÊ? POR QUÊ?

CONTEÚDOS: PRA QUÊ? POR QUÊ?
(Beatriz Magdalena e Iris Costa)

De novo a velha questão do vestibular e do mercado de trabalho e isto nos remete a atual preocupação com a função social da escola e sua relação com os conteúdos curriculares. As escolas são muito cobradas pela sociedade com relação a preparação para o vestibular. Desta forma, as unidades educativas priorizam, de forma exacerbada, os conteúdos e os professores se tornam meros transmissores de conhecimentos, os ditos conteúdistas.
De acordo com as autoras, a metodologia que trabalha com os projetos de aprendizagem sofre uma significativa resistência por parte destes professores.
Partindo do pressuposto supra citado, me remeto a minha prática educativa, há 6 anos atuando como professor coordenador de uma sala informatizada da Rede Municipal de Florianópolis, quando da realização de projetos cooperativos de aprendizagem*. Ao ler o texto, o tempo todo me voltava para a escola e a nossa prática pedagógica.
De fato, existem muitos educadores com essa preocupação em cumprir todos os conteúdos curriculares. Alegam em seus relatos que o projeto já está consumindo muito tempo e que tem outros conteúdos a serem explorados. Por conta disso, os projetos cooperativos sofrem constantes “atropelamentos” e alguns mesmos chegam a ser “abortados”.
É notório que um projeto de aprendizagem perpassa por uma série de etapas e que precisam ser respeitas e reavaliadas: motivação para a escolha do tema, a pesquisa (Internet, livros, in locu, periódicos e etc), sistematização do conhecimento, a escolha do programa, a coleta de imagens, a formatação, a socialização e a avaliação, e isto requer uma disposição, um comprometimento e uma boa parcela de tempo.
Então o que é mais importante? Transmitir todo o conteúdo, com vistas ao mercado de trabalho e vestibular ou trabalhar um conteúdo de forma interdiciplinar, num projeto cooperativo de aprendizagem (envolvendo várias áreas do conhecimento), de forma sistemática e prazerosa? Será que forma de ingresso nas universidades públicas está correta? Temos (nós, sociedade) que repensar e procurar alternativas!

* A proposta veiculada por este NTE, objetiva fundamentar ações pedagógicas voltadas para o uso de um ambiente colaborativo de aprendizagem mediado por Tecnologia de Comunicação Digital -TCD, pois pensamos que este pode proporcionar mais um espaço para que a escola se torne um centro de pesquisa, produção e sistematização do conhecimento.

1 Comments:

At 02 novembro, 2006 20:12, Blogger Deisi Cord said...

Jairo, adorei o teu texto, teus comentários. No meu, até esqueci de falar sobre a nossa prática nas SI. Minha indignação foi mais geral, mesmo. Concordo inteiramente, amigo. Quantas vezes nos frustramos com professores que, no fundo, não entendem a concepção de trabalho com projetos, né? E pergunto: será que REALMENTE, nas nossas SIs, desenvolvemos projetos de APRENDIZAGEM? São todos (ou na sua esmagadora maioria) de ENSINO...
Um beijo!

 

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