domingo, abril 15, 2007

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS TEXTOS: "CONCEPÇÕES INGÊNUAS" E "O ANCESTRAL HUMANO E O FUTO DA HUMANIDADE"

CONCEPÇÕES INGÊNUAS:
PALAVRAS CHAVE: SENSO COMUM - BAGAGEM DO ALUNO - PAPEL DA ESCOLA - CONHECIMENTO CIENTÍFICO E POPULAR.

Podemos dizer que há uma oposição entre o conhecimento científico e o “conhecimento” não-científico ou senso comum. O primeiro (o aprendido nos bancos escolares) coloca-se como “verdadeiro” baseado na sua qualidade teórica sem se questionar a cerca do quanto esta qualidade consegue se fazer útil para o conjunto dos homens. Desqualifica e afasta-se de todas e quaisquer outras formas de “conhecimento” sem relevar o quanto estas efetivamente representam para aqueles que delas fazem uso. O segundo (a bagagem que o aluno traz de casa), firma-se numa auto-valorização determinada pelos êxitos que julga acumular na medida em que enfrenta as dificuldades cotidianas. Os detentores dos “conhecimentos” não-científicos apostam na validade de suas interpretações do mundo e é a partir delas que definem as maneiras de enfrentar os problemas. Confiam que estão, a partir da experiência de vida, construindo um conhecimento que talvez se defina como “sabedoria” . “Alunos” do que consideram ser a “escola da vida”, confiam no tempo de vida como um “equivalente” do “banco escolar”. Cabe a escola o papel de aproximar os alunos do conhecimento científico (construído e acumulado historicamente pela humanidade), levando o aluno a começar ter dúvidas sobre suas idéias preconcebidas (conhecimento do senso comum/bagagem do aluno fora dos bancos escolares). Não cabe à escola, simplesmente, desconsiderar, condenar ou meramente duvidar. A escola deve e pode instigar os alunos, a partir das convicções destes, a pensarem e refletirem sobre o “ novo”, levando o aluno a resignificar/remodelar/reconstruir o conhecimento. O exemplo citado no texto é riquíssimo, ilustra muito bem como devemos proceder com as nossas crianças nos bancos escolares. Eles chegam cheias de vontade de aprender coisas novas, mas com uma gama muito grande de conhecimento do senso comum (que para elas é o que prevalece como verdade) e a escola ao invés de contradizê-las, deve propor/oportunizar momentos que reflexão que ponham em cheque e à prova estas verdades tidas como conhecimento não científico.
O ANCESTRAL HUMANO E O FUTURO DA HUMANIDADE:

O texto trata sobre o método Piagetiano sobre o processo de construção do conhecimento na criança. Piaget costumava dizer que “os adultos são crianças que vingaram”. Esta citação me parece muito significativa, na medida em que quando nascem, as crianças, elas vem ao mundo “puras”. Durante as várias etapas pela qual a criança passa, o adulto exerce papel imprescindível neste processo, como depositário e responsável pela transmissão e aperfeiçoamento crítico do legado de nossa cultura e sociedade. Logo, as crianças têm como problema reconstruir, criar, inventar, descobrir, valores, esquemas cognitivos, afetivos e sociais, que são atributos essenciais e fundamentais ao seu processo de desenvolvimento. Dessa forma, salientando mais uma vez a importância da figura de um adulto, dependem dos adultos que delas cuidam e lhes ensinam tudo aquilo que devem aprender para tornarem-se membros efetivos e participativos de sua cultura e sociedade.
Piaget estabelece algumas diferenças entre um adulto e uma criança com relação ao plano do pensamento: vejamos:
- as crianças nascem sem saber falar, representar seus pensamentos, necessidades e sentimentos pela via da palavra. Na realidade elas vão adquirindo estas habilidades (o nascimento da inteligência na criança, a construção do real nas crianças e a formação do símbolo na criança – temas estudados exaustivamente por Piaget) em um processo lento e complexo. Já o adulto, ao contrário, pode recorrer a diferentes formas de linguagem e representação. Estas diferenças nos levam a fazer a seguinte reflexão: para considerarmos a perspectiva da criança, temos de relacionar suas ações, os esquemas que expressam suas coordenações como o desenvolvimento do pensamento.
De acordo com Piaget, o papel primordial da escola em todo esse processo de construção do conhecimento na criança, perpassa por duas árduas tarefas:
- Integrar as crianças na sociedade adulta (aprender conceitos, informações, regras, atitudes e valores preconizados pela sociedade) e, ao mesmo tempo, favorecer o desenvolvimento de sua autonomia. Logo a escola tem a obrigação de “libertar” a criança de sua precariedade, inconsciência, não completude e dependência, por meio da aquisição de habilidades e competências mínimas para sua autonomia e responsabilidade pessoal, objetivando torna-la , de fato, parte integrante e participativa da sociedade como um todo.